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Malala e a luta pela igualdade

  • Rita Lima
  • 26 de ago. de 2017
  • 3 min de leitura

É realmente difícil pensar em igualdade de gênero e não se lembrar da Malala, a garota que foi baleada pelo Talibã ao lutar pelo direito das meninas de frequentarem a escola.

Malala nasceu no Paquistão em 12 de julho de 1997. Nasceu menina em uma cultura onde festejam o nascimento de meninos enquanto as garotas são vistas apenas como procriadoras e donas de casa. Mas a realidade da casa de Malala era um pouco diferente, seu pai, Ziauddin, não fazia distinção entre a garota e os dois irmãos mais novos. Sua família não era rica e sua mãe, assim como muitas mulheres da região, era analfabeta. Porém, o pai de Malala havia estudado e seu maior sonho era construir uma escola. A escola foi construída e mantida com muitas dificuldades, além de oferecer um ensino misto, muitas crianças que vinham de famílias mais pobres tinham bolsa. Algo bem diferente das demais escolas da região.

Enquanto isso, Malala era uma das melhores alunas da classe e inspirada pelo pai, que sempre fazia discursos e se envolvia com a realidade política do local, a garota também passou a discursar e falar sobre aquilo que acreditava. De forma anônima, a garota passou a escrever um blog para BBC, e contava sobre as dificuldades de estudar em seu país e sobre sua paixão pelos estudos. Malala foi ganhando notoriedade, palestrando e conhecendo pessoas influentes no Paquistão.

Porém, em 2007, quando o Talibã –um grupo islâmico fundamentalista, também terrorista- chega ao vale onde a família Yousafzai morava, as coisas começam a mudar. Aos poucos o movimento foi ganhando espaço e espalhando pensamentos conservadores e intolerantes. A ideia de que garotas também merecem –e precisam- estudar, é algo simplesmente absurda para eles. Foi aí que Ziauddin, com sua escola e seus discursos, se tornou um alvo para eles. O pai de Malala recebia ameaças, mas ninguém nunca imaginou que alguém atacaria a garota.

Foi em 2009, quando a influência talibã estava enfraquecida no vale, que Malala foi ataca no ônibus quando voltava da escola, duas outras colegas ficaram feridas, mas nada muito grave. A menina levou um tiro na cabeça, a bala ficou alojada no ombro. O Paquistão não tinha recursos suficientes para salvá-la e Malala teve que ser transferida para o Reino Unido, e foi por lá que ela milagrosamente se recuperou e vive até hoje.

A relação entre pai e filha desde cedo fortaleceu o desejo de aprender da garota e a lutar pelos seus direitos, e mesmo com toda uma cultura contrária, desde pequena Malala teve não só o incentivo aos estudos, mas também a ser uma pessoa envolvida com a política. O mais emocionante em toda sua história é a forma como uma criança resolveu levantar sua voz e lutar pelo seu direito de estudar. Malala simplesmente queria ir para a escola.

Em seu livro “Eu sou Malala”, escrito em parceria com a jornalista Christina Lamb, Malala deixou claro que não sente ódio da pessoa que a baleou e em como a religião muçulmana é interpretada de forma errada. Malala sempre pontuou como a religião diz respeito à paz, ao amor e também sobre a busca por conhecimento. A garota atualmente tem uma fundação chamada Malala Fund, que luta pelo direito de toda criança a ter acesso à educação.

“Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo.”

No vídeo abaixo, Malala é entrevistada por Emma Watson e além de falar um pouquinho sobre sua vida, comenta sobre o documentário “He named me Malala” lançado em 2015, além de falar sobre feminismo, educação e também sobre os objetivos da Malala Fund.

 
 
 

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